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Vamos introduzir agora o conceito de valor médio
da quantidade
física
em um dado estado. Sejam
os valores possíveis de
, ou seja, seus
autovalores. Sejam
as probabilidades de cada um dos autovalores, no estado em
questão. Define-se então o valor médio como
Usa-se também a notação
, para a mesma quantidade.
Queremos encontrar uma expressão para
em termos da função de onda do
estado considerado. Seja
esta função. Para fazer isso vamos associar à quantidade
física
um operador linear
que atua sobre as funções de onda. Seja
a função obtida quando
atua sobre
. Queremos, de
, que
para qualquer estado
(lembre-se que estipulamos que as quantidades físicas deveriam
ser expressões bilineares na função de onda). Então,
onde usamos
, obtido anteriormente. Vemos, primeiramente, que
Ora,
de maneira que
é linear, e que
Sumarizando:
Os valores assumidos por uma quantidade física são reais. Portanto, os valores médios
de uma quantidade física são também reais, como se vê de
. Note-se (exercício fácil), que, se o estado
for uma autofunção de
, o valor médio
coincide com o autovalor de
nesse estado.
Do fato de
ser real segue uma propriedade importante dos operadores associados
a quantidades físicas:
 |
(5) |
Ora,
 |
(6) |
onde
é definido assim: se
, então
é o operador
tal que
.7
Então,
Vamos definir o operador transposto
do operador
. Sejam
e
funções arbitárias. Então
é tal que
Por exemplo,
Da condição de realidade de
, Eq.(6), temos
 |
(7) |
Comparando os dois extremos vemos que
Operadores com esta propriedade são ditos hermiteanos. Logo, os operadores associados a
quantidades físicas são operadores lineares hermiteanos.
Podemos, formalmente, considerar quantidades físicas complexas, isto é, cujos autovalores são
complexos. Por exemplo, dadas as coordenadas
e
,podemos considerar a quantidade
. Seja
uma quantidade desse tipo, e seja
a quantidade cujos autovalores são os complexo-conjugados
dos autovalores de
. À quantidade
corresponde o operador
. Denotemos por
o operador correspondente à quantidade
. Este operador é denominado o adjunto
de
.
O valor médio da quantidade
é dado por
onde apenas adaptamos a definição de média de um operador.
Ora,
logo,
Mas
Ou seja,
Comparando, temos
Em palavras, o adjunto é o transposto do conjugado.
A condição de hermiticidade de um operador, escrita anteriormente como
pode agora ser escrita:
e os operadores hermiteanos são aqueles que coincidem com os adjuntos. Daí serem
chamados também de auto-adjuntos.
Vamos agora mostrar que a ortogonalidade das autofunções de um operador hermiteano pode ser demonstrada diretamente.
Sejam
e
dois autovalores diferentes do operador hermiteano
.
Sejam
e
as autofunções correspondentes. Então,
Multiplicando a primeira por
, temos
e
 |
(10) |
Tomando o complexo conjugado de (9) e multiplicando por
,
temos
. Integrando,
 |
(11) |
 |
(12) |
Mas
pois
é hermiteano. Logo, o primeiro termo de (12) é zero.
Conseqentemente,
e, como
, segue que
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Henrique Fleming
2003-03-30