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Considere a curva descrita pela extremidade do vetor
, onde
é o comprimento da curva. Seja
o vetor tangente à curva em
cada ponto. Se a curva for uma reta, a tangente em todos os pontos tem a
mesma direção. Em curvas que não são retas, a tangente ``gira''
quando se percorre a curva. Este movimento da tangente é usado para
definir a curvatura de uma curva como o vetor
 |
(32) |
Como o vetor tangente é
, vemos que a
curvatura é
, ou seja é a ``aceleração'',
se
for tomado como o tempo.
Considere, por exemplo, um círculo, de equação
.
Temos
e segue facilmente que
ou,
Como
, temos
que dá
Para a curvatura então temos:
ou
 |
(33) |
A curvatura é, então, um vetor, cujo módulo é
A curvatura do círculo é tanto maior quanto menor o raio, o que
mostra que a definição acompanha a idéia intuitiva.
Voltemos ao caso geral. Como o vetor tangente
tem módulo
2, de
segue que
 |
(34) |
ou seja,
é perpendicular a
. Logo,
pode ser escrito na forma
 |
(35) |
onde
é um vetor a determinar3De fato, considere
o vetor
 |
(36) |
onde
é uma constante. Temos
e
 |
(37) |
enquanto
e o último termo é nulo, pois
,
e
.
Conseqüentemente,
 |
(38) |
Até agora falamos genericamente de curvas. Consideremos agora curvas que sejam raios
de luz. Como vimos anteriormente, os raios de luz são ortogonais às superfícies
, ou seja, têm, em cada ponto dessas superfícies, a direção de
. Em símbolos,
 |
(39) |
Daí decorre que
 |
(40) |
onde usamos o fato conhecido
. Da Eq.(40)
segue que
e, portanto, que
e, finalmente,
 |
(41) |
onde
é o vetor curvatura do raio. Uma conseqüência
imediata da Eq.(41) é que em meios homogêneos
(
constante) a curvatura é nula, e os raios são retas. Uma
outra aplicação é a seguinte: quando o Sol está muito
baixo, no nascente ou no poente, os raios que atingem um
observador são aproximadamente horizontais. O índice de
refração da atmosfera diminui com a altitude, logo
aponta para o centro da Terra, ou seja, é
vertical. Então, na Eq.(41), o segundo termo do
segundo membro é muito pequeno.
Conclui-se que a curvatura
desses raios é paralela a
, apontando para o
centro da Terra. Os raios, isto é, se curvam para baixo. Em
conseqüência, o observador, que interpreta sempre o raio como
uma reta, ``vê'' o Sol mais alto do que está na realidade. De
fato, isto explica por que se vê o Sol ainda um pouco depois de
ele ter se posto.
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Henrique Fleming
2002-04-24