Next: Exemplo de grupo de
Up: Grupos de Lie
Previous: Exemplos
Seja
um grupo de Lie e seja
. Considere a aplicação
, definida por
que é diferenciável. Então existe
,
e sua transposta,
, bem como suas
extensões homomórficas, denotadas pelos mesmos símbolos.
Note que
é
. De fato, sejam
, tais
que
Então,
. Como existe
, temos
QED
Seja
uma forma diferencial sobre
. Diz-se que
é invariante à esquerda se
para todo
.
Proposição: Se
e
são p-formas invariantes à esquerda, também o serão
e
, para quaisquer
e
. Além disso,
é invariante à esquerda, se
o for.
Demonstração:
Em outras palavras, o espaço das formas invariantes à esquerda
é uma sub-álgebra da álgebra de todas as formas sobre
, e é
fechada pela operação
. Chamaremos esta álgebra das formas
invariantes à esquerda, de
.
Seja
o dual do espaço tangente a
em
. Sabemos
que podemos construir, se
, todas as potências
exteriores
, para
. Denotaremos
por
o conjunto de todos os espaços
vetoriais
, para
.
Teorema Seja
um grupo de Lie e
o
elemento identidade. O mapeamento
, que
associa a cada p-forma invariante à esquerda sobre
o seu valor
na identidade
, é um isomorfismo de
sobre
.
Dem: o mapeamento é obviamente linear. Vamos mostrar que é 1-1 e
sobrejetor.
1.O mapeamento é injetor (1-1).
Queremos mostrar que, dadas duas p-formas
e
,
de
, se
, então
pata todo
, ou seja,
Pela definição de
, temos que
ou
Como isto é válido para todo
, temos que
Tomemos o caso particular
, e, portanto,
Então, se
é uma forma em
e seu valor em
é
, temos
e, analogamente,
Mas
e
são invariantes à esquerda. Logo,
Segue que
para qualquer
. Como
é 1-1, podemos concluir que
ou seja,
 |
(6) |
2.O mapeamento é sobrejetor. Ou seja, dada qualquer forma
em
, existe uma forma invariante à esquerda
tal que seu valor em
é
. Seja
. Basta definir
por
 |
(7) |
Então
Em particular, o espaço das 1-formas invariantes à esquerda te
dimensão
(que é a dimensão de
). Seja
uma base para 1-formas em
. Então, como
é uma 2-forma invariante à esquerda,
temos
 |
(8) |
Aplicando
a ambos os mambros, temos
Comparando, temos
 |
(11) |
ou seja, os
são constantes. Essas constantes são
denominadas constantes de estrutura de
, e as equações
 |
(12) |
são as equações de Maurer-Cartan.
Seja
um campo vetorial sobre
. Diz-se que
é invariante à esquerda
se
. Se
e
são invariantes à esquerda,
e
também o são (Bishop, pg.139).
Considere o mapeamento dado por
, onde
é um campo vetorial
invariante à esquerda. Analogamente ao caso de formas, demonstra-se que esse
mapeamento é 1-1 e sobrejetor. Seja então
uma base para
campos vetoriais em
. Seja
a base de
dual da base
. Sejam ainda
formas invariantes à esquerda
tais que
. Então,
 |
(13) |
Ora,
![\begin{displaymath}
2d\omega^i(X_j,X_k)=X_j\omega^i(X_k)-X_k\omega^i(X_j)-\omega^i\left([X_j,X_k]\right)
\end{displaymath}](img178.png) |
(14) |
e, como os dois primeiros termos da direita são nulos,
![\begin{displaymath}
2d\omega^i(X_j,X_k)=-\omega^i\left([X_j,X_k]\right)
\end{displaymath}](img179.png) |
(15) |
Por outro lado, das equações de Maurer-Cartan,
 |
(16) |
e, como
é a i-ésima componente do campo vetorial
na base
,
![\begin{displaymath}[X_j,X_k]=\omega^i\left([X_j,X_k]\right)=-2C^i_{jk}X_i
\end{displaymath}](img184.png) |
(17) |
Para manter a tradição, definimos novas constantes de estrutura
 |
(18) |
Então,
![\begin{displaymath}[X_j,X_k]=c^i_{jk}X_i
\end{displaymath}](img186.png) |
(19) |
e
 |
(20) |
como se encontra, por exemplo, em Kobayashi, Nomizu, Foundations
of Differential Geometry.
Next: Exemplo de grupo de
Up: Grupos de Lie
Previous: Exemplos
Henrique Fleming
2001-12-26