Novidades em teoria de cordas e na física
29/01/2006
ATENÇÃO: ÚLTIMO POST!!! Como o número de posts que tenho feito
aqui está crescendo muito, não é mais possível mante-los nesta
homepage. Graças às valiosas informações dadas pelo Alysson vou passar a
publica-las num blog, o Sum
Over Histories. Num blog as informações ficam arquivadas de forma
mais racional e a recuperação delas é mais fácil. Façam uma visita ao
blog!
29/01/2006
O livro de FHC e a pobreza.
FHC sempre tentou convencer o povo brasileiro de que era um ser
superior, acima dos problemas mundanos e preocupado com os designios
dos brasileiros. Tentou convencer a todos que era um intelectual, bradando seu
diploma de sociólogo e seu cargo de professor da USP, mas como seus
atos demonstraram, nunca passou do
nível de intelectual do interior, aquele velhinho de cidade pequena,
que sentado em sua varanda fala com enorme conhecimento sobre qualquer
coisa, sempre com palavras pomposas,
enganando os ignorantes e analfabetos com sua pseudo erudição.
Em março ele vai lançar um livro nos EUA com o título: "The Accidental
President of Brazil - A Memoir", que poderia ser traduzido por
"Presidente do Brasil por Acaso - Memória". Como o título indica,
trata-se de um livro superficial sobre sua vida, mostrando como nada
foi resultado de planejamento mas simplesmente
do acaso. O comentário de Vinicius Freire sobre o livro, As
memórias casuais de FHC, para americano ler, é interessante e
mostra a face que FHC deseja mostrar para o exterior, o FHC
light. Já para o público
brasileiro FHC promete outro livro, "Minhas Memórias do Poder", também
a ser lançado em março, e como o título indica parece ser mais "forte"
que o similar
americano, mostrando sua face mais dura. Isso mostra a eterna
ambiguidade e falta de sinceridade típica dos políticos
brasileiros. Que, é bom dizer, também se manifesta em Lula.
Apesar de Lula e FHC reconhecerem as desigualdades sociais existentes
no Brasil, e também suas causas históricas, e apesar de ambos terem
prometido lutar para diminui-las, o que de fato conseguiram até agora?
O cerne do plano Real, e de sua continuidade no governo Lula, é a
contenção da inflação através de uma política de juros altos. Mas a
quem isso interessa? Nassif, em A
indústria estéril da arbitragem, conta uma história muito
interessante, de como obter empréstimos em dólar, no exterior,
traze-los para o Brasil e aplica-los em papéis lastreados na Selic,
esperar alguns anos e depois remete-los de volta ao exterior. Com um
empréstimo de 10 milhões de dólares é possível ter um lucro líquido de
14 milhões de dólares em 3 anos! Mágica? Não. Dinheiro dos
trabalhadores que pagam impostos ao governo.
Mas a manchete da Folha de hoje é: "Pobreza crece em SP mas cai no
Brasil", mostrando que que a classe média alta ganha menos e que os
pobre mais pobres ganham um pouquinho a mais. Será este o caminho
certo?
28/01/2006
Para quem quer saber se um físico ganha bem veja a
pesquisa de salários na Jupiter Scientific nos EUA. Ela mostra que
entre os pesquisadores, os físicos são os que ganham mais: US$
106.000 por ano. Enquanto isso um professor do segundo grau ganha
US$ 48.000 por ano, um clínico geral US$ 146.000 e um advogado
experiente US$ 140.000. No Brasil, a grande maioria dos pesquisadores
trabalham em universidades e devido a isonomia salarial todos ganham o
mesmo, independente de sua competência. A única diferença que há é o
fato da universidade ser federal ou estadual. Outra possível diferença
é a bolsa de produtividade de pesquisa do CNPq que os pesquisadores
ativos possuem. Fora isso, trabalhando ou não trabalhando, o salário é
o mesmo para todo mundo. Até quando?
27/01/2006
Além de ser um dos líderes em teoria de cordas, Ed Witten também
é bem conhecido por publicar trabalhos com um número enorme de
páginas. Há um rumor,
no blog do Motl, de que o próximo trabalho terá de 300 a 400
páginas e não será um paper. Vamos aguardar.
26/01/2006
A procura por dimensões extras. Uma predição genérica da teoria
de cordas é que o universo possui 10 dimensões, 6 a mais do que a que
observamos com nossos sentidos. Isto é extremamente importante pois
nenhuma teoria física anterior era capaz de dizer algo a respeito do
número de dimensões que existem e colocou essa questão como algo a ser
respondido pela experiência, e não algo que deva ser postulado.
Um experimento importante, o AMANDA, está sendo
realizado na Antártida. Ele simplesmente conta o númeor de neutrinos
que atravessam a Terra e o número de neutrinos que chegam do céu. A
diferença e a razão entre eles
podem sinalizar a existência de uma física diferente daquele previsto
pelo modêlo padrão das partículas elementares. Isso é possível porque
os neutrinos cósmicos têm enegia muito acima daquela que pode ser
obtido em um acelerador de partículas.
A novidade em NU researchers
find signs of extra dimensions, é que o AMANDA pode encontrar
dimensões extras. E isso antes do LHC, o maior acelerador de
partículas que entrará em operação em 2007. E caso o LHC não encontre
nada, o próximo detector de neutrinos
que está em construção na Antártida, o ICE CUBE, poderia ser o
pioneiro na detecção das dimensões extras.
23/01/2006
Deserviço à educação superior.
A Folha de ontem publicou um ranking das
universidades brasileiras baseada exclusivamente no número de alunos,
Universidades privadas aumentam domínio em número de estudantes. É
claro que as universidades particulares ficaram na frente já que
abocanham a maior parte dos alunos. Apesar da Folha também publicar um
quadro mostrando que a qualidade das universidades publicas é muito
melhor que a das privadas, logo logo vamos ver anúncios da Unip
dizendo que estão na frente da USP no ranking da Folha.
No caderno Mais, em
Universidades fora de foco, três "intelectuais" escrevem sobre os
problemas do ensino superior no país: Gabriel Cohn, Luiz Felipe de
Alencastro e Gláucio Soares. Em Quanto
vale ou é por quilo? o autor faz um apanhado banal dos
problemas que acometem as universidades num palavrório totalmente
inconsequente. Já em Não
existe almoço grátis, o autor, que dá aulas na Universidade de
Washington, diz o óbvio: não é possível comparar as universidades
americanas com as brasileiras (e na verdade, nem com as
européias). Finalmente, no terceiro artigo, Massa e
elite racham sistema universitário francês, há uma análise
detalhada do que acontece na França, e como esperado, trata-se de algo
tipicamente francês, sem nenhuma conexão com o que acontece no
Brasil.
Se é dessa forma que a Folha espera discutir a educação superior no
Brasil, de maneira séria e positiva, a coisa vai muito mal. Deve-se
atentar também para o fato de que várias "personalidades" estão criticando
o investimento do governo federal no ensino superior, afirmando que tais
recursos deveriam ser utilizados no ensino básico. Será isto o início
da tão temida campanha para desmoralizar o ensino superior público no
Brasil? Para depois trazer as multinacionais do ensino para o Brasil?
O mercado brasileiro é enorme e elas certamente estão de olho!!!
Veja também Cursos
de educação superior em liquidação no Nordeste para quem duvida
que educação é mercadoria no Brasil!
22/01/2006
Repercussões do paper do Nicolai.
Peter Woit faz os comentários
usuais tentando estigmatizar a teoria de cordas e pedindo a opinião de
experts da loop quantum gravity acerca dos comentários negativos de
Nicolai. Entre os comentários no blog do Woit voce pode encontrar uma
resposta longa de z
Lee Smolin que procura mostrar que a situação da loop quantum gravity
não é tão ruím quanto pinta Nicolai. A seguir,
Lubos Motl analisa detalhadamente os comentários de Smolin
desmontando seus argumentos um por um. Num post anterior Who
is a LQG expert, Motl ironiza o pedido de Woit de uma opinião de
um expert em loop quantum gravity. Um comentário curioso do Motl é
que o paper anterior de Nicolai sobre loop quantum gravity é o paper
dessa área mais citado em 2005!
20/01/2006
Ontem saiu mais um trabalho de Hermann Nicolai sobre Loop Quantum
Gravity. No primeiro deles Loop quantum gravity:
an outside view, Nicolai enfatiza que o problema de ordenamento em
LQG é analogo ao problema da não renormalizabilidade da relatividade
geral, tornando a teoria não preditiva devido ao número infinito de
novos termos que devem ser introduzidos. Comentei isso aqui. No novo trabalho, Loop and spin foam
quantum gravity: a brief guide for beginners o mesmo ponto é
enfatizado novamente.
Um tabalho muito interessante apareceu alguns dias atrás sobre a
anomalia do Pioneer. Em 1972 e 1973 foram lançados os satélites
Pioneer 10 e 11, respectivamente, para estudarem os planetas
exteriores do sistema solar. Eles enviaram fotos magnificas de Júpiter
e Saturno, além de coletarem dados científicos extremamente
importantes. O Pioneer 10
foi o primeiro objeto construído pelo homem a deixar o sistema
solar. Eles foram monitorados até 2003 e a trajetória de ambos é
conhecida com uma precisão muito grande. A análise da órbita dos
satélites mostra um comportamento anômalo para distâncias entre 20 AU
e 80 AU, que pode ser explicado por uma aceleração constante e
uniforme, na direção do Sol, da ordem de 10-10 m/s². Várias
tentativas de explicação em termos de efeitos físicos
conhecidos e da engenharia dos satélites não tiveram nenhum
sucesso. Está até sendo proposta uma nova missão espacial com a finalidade
de verificar se a anomalia é real ou não. No trabalho de Lorenzo
Iorio, What do the
orbital motions of the outer planets of the Solar System tell us about
the Pioneer anomaly?, é estudado o efeito dessa aceleração sobre
Urano, Netuno e Plutão. Segundo Iorio, apesar da aceleração anômala
ser pequena, ela produz efeitos nos movimentos desses planetas que já
deveriam ter sido detectados. Isso significa que a anomalia na órbita
dos Pioneer não é devida a uma aceleração radial constante presente no
sistema solar. Portanto, o mistério continua.
16/01/2006
Uma nova métrica está sendo proposta para medir a qualidade de
revistas científicas. A maneira usual de avaliar a qualidade de uma
revista é contar o número de citações que ela recebe. Isso é feito
pelo ISI e dá origem ao famoso Fator de Impacto da revista, uma medida
das citações recebidas num período de 2 anos. Uma forma mais refinada
está sendo proposta em
Journal Status. Os autores argumentam que o ISI na verdade mede a
popularidade da revista pois apenas conta as citações que a revista
recebe, sem se preocupar com a qualidade das revistas que fazem a
citação. Se levarmos em conta a qualidade da revista que faz a
citação teríamos então uma outra medida, a medida de prestígio da
revista. Para isso, eles usam um algorítimo, o PageRank, usado pelo
Google para qualificar as páginas encontradas numa busca. Não
basta saber se uma página na internet possui muitos links apontadando
para ela. É necessário saber quem são esses links, isto é, se eles
próprios possuem muitos links ou não. Isso fornece uma idéia do
prestígio da página na internet. A mesma idéia é aplicada em Journal
Status. Uma revista tem prestígio se é citada por outras revistas de
prestígio. Na física, as revistas mais populares (maior Fator de Impacto)
são aquelas que publicam trabalhos de revisão e isso é bastante
compreensível. As 5 mais populares são: Rev. Mod. Phys.,
Adv. Phys., Phys. Rep., Mat. Sci. Eng. R. e
Annu. Rev. Nucl. Part.. Aplicando-se o PageRank, descobrimos que as 5
revistas mais prestigiadas são: Phys. Rev. Lett., Appl. Phys., Lett.,
J. Appl. Phys., Phys. Rev. D, e Phys. Rev. E, que parece mais de
acordo com a expectiva de quem trabalha na área. Além disso, os
autores propõem uma outra métrica, o fator Y, que é uma combinação do
Fator de Impacto e do PageRank. Certamente este não é o fim da
história. Preparem-se pois novas métricas irão sem dúvida aparecer...
12/01/2006
Há cerca de dois anos atrás, Joe Polchinski propôs que cordas
fundamentais remanescentes do universo primordial poderiam ter
sobrevivido até a presente era, tornaram-se macroscópicas e dariam
origem à objetos com propriedades similares a das cordas
cósmicas. Foi então encontrado um objeto astronômico chamado CSL-1 que
parecia ser a imagem de uma galáxia deformada por uma corda
cósmica. Se confirmado, seria a primeira evidência experimental da
teoria de supercordas (excluindo-se a hipótese de tratar-se de uma
corda cósmica ordinária). O telescópio Hubble foi então apontando para
o CSL-1 e os resultados acabam de ser divulgados. Trata-se apenas da
imagem de duas galáxias vizinhas. Veja os comentários e fotos nos
diversos blogs
aqui,
aqui, e aqui.
Grande parte da matéria do universo não é composta pela matéria
que conhecemos (quarks, elétrons, neutrinos, fótons, etc.) e essa
matéria de origem desconhecida recebeu o nome de matéria escura. Existem
várias experiências em minas
profundas tentando detectar esse tipo de matéria proveniente do espaço.
Por outro lado, parece que algumas regiões
do espaço comportam-se como se existisse uma grande aglomeração de
matéria escura constituindo uma galáxia escura. Uma candidata a tal
galáxia escura é a Virgoh1 21. Hoje, novas evidências foram
apresentadas de que, de fato, Virgoh1 21 é uma galáxia formada
por matéria escura. Veja aqui.
A energia escura é o que causa a expansão acelerada do universo.
Um forte candidato para a energia escura é a constante cosmológica
proposta por Einstein. Dados de supernovas coletados
pelo SNLS indicam que a fonte provável da energia escura é de fato a
constante cosmológica. Agora, dados de gamma rays bursts indicam
que a energia escura está variando com o tempo e a hipótese da
costante cosmológica deve ser descartada. Parece, entretanto, que os
dados provenientes das supernovas são mais sólidos do que os dos gamma
rays bursts. Leia a reportagem inteira
aqui. Veja também a reportagem na
NAture.
09/01/2006
Na Folha de ontem apareceram dois artigos sobre educação que
são bastante reveladores. No primeiro, A
Escola dos Bilionários, Gilberto Dimenstein lembra como Harvard e
Yale nasceram, através das doações de bilionários americanos, e como
Bloomberg, o prefeito de Nova York, está iniciando uma campanha de
doações para as escolas da cidade, na esperança de obter um terceiro
mandato de prefeito! No segundo artigo, A
Falência do Andar de Cima da PUC, Elio Gaspari conta como a
tentativa de angariar fundos entre os ex-alunos da PUC de SP falhou
miseravelmente. O que arrecadaram mal deu para pagar os custos de
correio apesar da lista de ex-alunos famosos ser significativa (José
Dirceu, entre eles). Isso mostra a importância que a sociedade
brasileira dá para a
educação e como estamos condenados a permanecer no terceiro mundo por
muito tempo ainda.
02/01/2006
In memoriam Sy.
31/12/2005
24/12/2005
FELIZ NATAL ! ! !
23/12/2005
Constantes não tão constantes. A teoria de cordas têm apenas um
parâmetro, o tamanho da corda. Todas as outras constantes da natureza
que observamos devem ser proporcionais ao valor esperado no vácuo de
um campo apropriado. Portanto, não há razão para que as constantes da natureza
sejam constantes, e na verdade, elas poderiam variar com o tempo. A
idéia de que as constantes da natureza não sejam constantes não é nova
e vários testes foram feitos para descobrir se a constante de
estrutura fina tem variado com o tempo. Astronomos estão agora
tentando encontrar variações na razão entre a massa do elétron e do
próton e na constante da estrutura fina. Mais informações podem ser
encontradas aqui.
No Nature de ontem também saiu um
review do livro de L. Krauss, Hidding in the Mirror, escrito pelo
M. Atiyah.
22/12/2005
A educação como mercadoria. Há uma intensa pressão para que o Brasil
abra as portas da educação o exterior. A globalização da educação. Muitos
argumentam que isso aumentaria a qualidade das escolas brasileiras mas
eu duvido muito. Nenhum país do primeiro mundo vai querer transferir
conhecimentos de qualidade para o terceiro mundo. Assim como as
grandes industrias não trasferem seus laboratórios de ponta para o
Brasil, duvido que as escolas vão querer montar cursos de alta
qualidade aqui. Estão, na verdade, interessados no imenso mercado
interno da educação e visam apenas o lucro. Esse assunto foi recentemente
discutido numa reunião no México onde o ministro da educação declarou
que não aceitaria que a educação fosse tratada como mera
mercadoria. A UNESCO lançou um documento apoiando a posição
brasileira. Leia mais no Jornal
da Ciência.
A Nature acaba de publicar um artigo de Witten,
Unravelling string theory, onde a questão da unificação é
discutida. O artigo é curto e conta a história do próprio Witten
e o seu interesse em teorias unificadas e cordas. O tom é otimista e
nenhum comentário sobre o landscape é feito.
Outro artigo na Nature
testa experimentalmente a famosa equação E=mc² e mostra que ela é
válida com a incrível precisão de 0.00004%. Deveria aparecer uma
reportagem sobre este assunto no Estadão de hoje mas não a encontrei.
21/12/2005
Mais um artigo sobre o landscape apareceu no New
Scientist. Trata-se de uma
entrevista com L. Susskind .
O modêlo padrão das partículas elementares preve a existência de
partículas que não contém quarks mas apenas glúons, os portadores da
força forte. Tais partículas foram batizadas de glueballs, que poderia
ser traduzido por bolas de grude. O problema
é que para prever as propriedades dos glueballs
é necessário tratar a teoria de Yang-Mills no regime não-perturbativo
e isso pode ser feito, atualmente, apenas com cálculos na rêde, e eles
não são nada precisos. Tudo isso é discutido num artigo bastante
interessante
Long-sought particle may be found, physicist
says.
Vitória para a ciência. O julgamento do design inteligente numa
corte de Dover chegou ao final. O juíz afirma: "Intelligent desing is a
religious alternative masquerading as a scientific theory and
cannot be mentioned in biology classes in a Pennsylvania public school
district". Os links estão disponíveis no
Cosmic Variance. Para relembrar a história do julgamento veja aqui. Veja também a notícia no New
Scientist.
18/12/2005
Elio Gaspari faz um
resenha do livro O Mundo é plano, de T. Friedman. O autor aponta
que estamos numa segunda globalização. A primeira, na década de 90, foi
a globalização financeira; agora, trata-se da globalização do mercado
de trabalho promovido pela internet e pela facilidade de comunicação
internacional. Reservas de voos americanos são feitas na Índia, o
Louvre pode ser visitado sem que seja necessário ir à França, a
Wikipedia não tem fronteiras, etc. etc.. Países como Índia e China
investem pesadamente na educação, incluíndo computação e
inglês. Enquanto isso, o Brasil vai ficando para trás. As escolas
públicas não recebem investimento nem computadores e há propostas de
tornar o ensino do espanhol obrigatório e o de inglês optativo. Para
piorar as coisas, nossos educadores pregam que para promover a
melhoria do ensino é necessário
acabar com o vestibular pois "os supostos saberes exigidos para os
exames estão condenados ao esquecimento." Que tipo de educador é este
que afirma que o teorema de Pitágoras, que Casa Grande e Senzala, que
o Império Romano, que as leis de Newton, que a genética, é esquecida
depois do vestibular? Se nossos educadores continuarem a ditar esse
tipo de política educacional vamos continuar
amargando no terceiro mundo por várias gerações.
15/12/2005
Black Thursday was the first sign of the end of a great bull
market. What goes up, must come down. And come down it did. However,
Black Thursday was not the nail in the coffin (that comes on Black
Monday and Tuesday). In fact, Black Thursday involved a great
comeback.
14/12/2005
Mais comentários sobre o ranking das universidades apareceram na
Fapesp, O
clube da excelência.
13/12/2005
Asteróide Apophis em curso de colisão com a Terra! O impacto está
previsto para daqui a 31 anos! Na verdade a trajetória do asteróide
ainda não é bem conhecida e há uma chance pequena de colisão na
segunda vez que cruzar a órbita da Terra. No primeiro cruzamento
apenas mudaria a órbita da Terra! Parece alarmista, mas é necessário
que sejam feitos estudos detalhados acerca do que será feito quando
uma colisão for confirmada. Mais detalhes no
Guardian.
09/12/2005
Updates sobre o livro de
Susskind.
D. Gross argumenta, num artigo do New
Scientist,
Nobel laureate admits string theory is in trouble, que a teoria de
cordas necessita de novas idéias. Em outras palavras, necessita saber
o que é a teoria M. No editorial da revista,
Physics' greatest endeavour is grinding to a halt, isso é
interpretado de maneira bastante negativa. O fato da teoria de cordas
não conseguir descrever a expansão acelerada do universo não significa
que ela esteja incorreta, mostra apenas suas limitações atuais. As
várias descobertas da teoria de cordas mostram sua riqueza e fica
patente nossa falta de entendimento de seus princípios fundamentais. O
que nos leva a conclusão que é necessário dispender mais esforço
ainda. Comentários sobre esse assunto também apareceram no blog do
P. Woit. E do
L. Motl.
08/12/2005
O livro de L. Susskind
The Cosmic Landscape: String Theory and the Illusion of Intelligent
Design acaba de ser lançado e promete muita polêmica. Um dos
grandes problemas da teoria de cordas é mostrar que ela leva ao mundo
quadri-dimensional em que vivemos, com os valores corretos dos parâmetros
do modêlo padrão, da constante cosmológica e outros parâmetros
cosmológicos. Isso corresponde a
buscar uma solução do vácuo da teoria de cordas com as propriedades
corretas. Entretanto, essa busca de vácuos têm mostrado que não existe
apenas um vácuo, mas um número absurdo deles. Alguns calculam esse
número e obtém algo como 10500 vácuos. Outros procuram
algum mecanismo não-perturbativo que selecione um número menor de
vácuos mas nenhum sucesso foi alcançado nessa direção. Temos então que
conviver, por enquanto, com esse número incrível de vácuos, que formam
o chamado cosmic landscape. Muitos usam esse resultado para afirmar
que a teoria de cordas não tem poder preditivo, pois não é capaz de
selecionar o universo em que vivemos, e portanto a teoria de cordas
deve ser descartada. Pessoalmente, acho que é muito cedo para aceitar
essa posição. Outros usam o princípio antrópico para justificar porque o
vácuo em que vivemos é o único vácuo que poderia ser realiado na
natureza. Outros ainda procuram calcular qual a probabilidade de que
nosso universo esteja dentro de uma dada região do landscape. Em
particular, Susskind é um dos defensores dessa última idéia e em seu
livro popular ele procura justificar sua posição. Já E. Witten e
D. Gross não aceitam o landscape. Também polêmico é o sub-título que
menciona o DI. Aparentemente, Susskind já teve auxílio financeiro de
uma das entidades que promovem o DI nos EUA. Há um perigo de que o
livro seja usado pelos defensores do DI como uma prova de que
cientistas sérios apoiam a idéia do DI, apesar de Susskind já ter se
manifestado contra. Já há um review do livro, Life in a
landscape of possibilities, escrito por M. Duff. Agora os blogs
começam a comentar o livro. Os comentários de P. Woit, anti-stringista,
podem ser encontrados
aqui. A discussão é interessante e séria e vale a pena ler.
Certamente outros surgirão e irei atualizando as
referências.
UPDATE:
L. Motl fornece o link para o
primeiro capítulo do livro, um review no
Tech Central Station (com
comentários do própio Lubos), e um outro
review do George Ellis no Nature.
07/12/2005
No Cosmic Variance há uma boa discussão sobre
How many dimensions are there?, de autoria de Sean Carroll. A teoria
de cordas prevê 10 dimensões mas a teoria M prevê 11 dimensões. Como
isso é possível? Afinal, são 10 ou 11 dimensões? Também há um link
para os slides de um seminário que
ele deu em Austin sobre o mesmo tema; dê uma olhada. Alguns
comentários ao post do Carroll também são muito bons.
04/12/2005
O Physics World de dezembro traz um artigo Does God Play
Dice?, onde G. t'Hooft (prêmio Nobel de 1999), E. Witten,
F. Dowker e P. Davies discutem os limites da mecânica
quântica. t'Hooft critica a teoria de cordas e acha que a mecânica
quântica será modificada. Já Witten acha que a teoria de cordas é um
passo na direção correta. Dowker e Davies defendem linhas
alternativas. Entretanto, todos têm um ponto em comum: a solução passa
pelo problema de conciliar a mecânica quântica e a gravitação.
03/12/2005
A Folha publica um levantamento dos artigos brasileiros com mais
de 100 citações elaborada por R. Meneghini e A. Parker da BIREME,
Biomédicas dominam pesquisa de impacto. Entre 1994 e 2003 foram
publicados 248 artigos que receberam mais de 100 citações. Como era de
se esperar 84% desses trabalhos foram feitos em colaboração com
pesquisadores estrangeitos, sobretudo americanos. A área
biomédica encabeça a lista com 67 artigos, medicina com 51 e física
com 41; a pior área é a engenharia. A instituição que tem mais artigos
é a USP com 73, seguido da UFRJ com 26, Unicamp com 23, UFRGS com 20 e
Unifesp com 15, uma ordem mais ou menos esperada. Quando se consideram
as unidades ao invés de instituições, a Unifesp fica em primeiro com
15 artigos, depois a Faculdade de Medicina da USP também com 15, o
Depto. de Bioquimica da USP com 10, a Faculdade de Medicina da Unicamp
com 9, o Instituto de Biofísica da UFRJ com 9 e o IFUSP também com
9. A física apresenta alguns dados surpreendentes. O número de autores
médio é 62. Isso significa que os artigos selecionados foram
principalmente os artigos experimentais da área de física de altas
energias e não é claro como o IFUSP
pode aparecer nessa lista. Mencionam também um artigo de
física de altas energias com 593 autores onde os grupos do Rio
participam. Gostaria de
encontrar o trabalho original de Meneghini e Parker. Se alguém souber
onde está publicado me avisem, por favor.
01/12/2005
Beyond
Einstein, ao vivo, hoje, já está no ar.
O colóquio de ontem, Um sonho de Einstein: A Unificação das Leis
da Física, apresentado no Convite à Física, está
disponível aqui.
30/11/2005
Censura no Blog do IFT? Até ontem havia um post com o título
Manifesto de um Cidadão, que continha um
desabafo do autor (que não é aluno do IFT) sobre a situação política do
Brasil. Hoje o post desapareceu!
29/11/2005
Por onde andam as ondas gravitacionais? Novos dados do LIGO
não revelam nenhum sinal. Preocupante?
Quando R. Feynman esteve no Brasil, em 1953, deu um curso de física
nuclear no CBPF. As aulas foram anotadas e deram origem ao livro
Física
Nuclear Teórica. As notas de aula do curso de L. Rosenfeld de física
estatística, também de 1953, deram origem ao livro
Classical Statistical Mechanics. Ambos foram impressos pela
Editora Livraria da Física.
27/11/2005
Lisa Randall (do modêlo de branas Randall-Sundrum) é capa da Folha
deste domingo! Ela aparece ao lado de uma modêlo e de uma
estudante! Uma
entrevista com Lisa, uma
resenha sobre seu livro
(ainda sem tradução no Brasil) e um
artigo sobre o LHC estão no caderno Mais.
26/11/2005
Hayabusa aterrisa no cometa, coleta material e inicia o retorno à
Terra. Deve chegar daqui há 7 meses. Mais detalhes
aqui.
Bolsista à beira de um ataque de nervos no IFT. Funny but true!
24/11/2005
Aparentemente a sonda Hayabusa aterrisou no cometa Itokawa e
voltou ao espaço rapidinho. Leia mais
aqui.
23/11/2005
Afinal, Eistein não errou! Dados de supernovas
distantes coletados
pelo Supernova Legacy Survey (SNLS) mostram que a origem da energia escura é
de fato a constante cosmológica, com uma precisão de 10%! A energia
escura é a responsável pela expansão acelerada do Universo. Muitos
mecanismos para a energia escura haviam sido propostos: constante
cosmológica, quintessência, phantom, dimensões extras e outros
mecanismos baseados em cordas. Os novos dados são forte evidência de
que a constante cosmológica é a causa da energia escura. Leia mais aqui.
Entre na USP sem vestibular. No dia 20/11 mencionei a existência
de uma proposta de criação de curso de licenciatura para os
integrantes do MST. Hoje, no artigo
Graduação na USP só para aluno assentado, Carlos Humes
Jr. denuncia que esse curso poderá vir a existir sem a anuência do
Conselho Universitário. Mais ainda, o INCRA vai pagar pelo curso! A
coisa toda cheira muito mal.
Eleições diretas na USP. A eleição do reitor(a) da USP
trouxe novamente à tona a discussão das eleições diretas na universidade,
discussão esta que reaparece com a eleição do diretor do
IFUSP no próximo mês. Vamos lembrar como tudo começou. Durante a
ditadura militar era comum que reitores, diretores e
chefes de departamento de universidades federais fossem nomeados mesmo
sem estarem presentes na lista elaborada regimentalmente. Eram
verdadeiras intervenções militares nas universidades. No final do
regime militar, num esforço para que políticos inescrupulosos
deixassem de usar as ferramentas autoritárias na escolha de dirigentes
universitários, foi
lançada a eleição direta, com a participação de professores, estudantes e
funcionários, como uma forma de legitimização da lista elaborada
pelos órgãos colegiados. Graças à esse esforço, hoje em dia não há
mais intromissões externas e indevidas na escolha dos mandatários
universitários e elas têm ocorrido dentro das normas legais.
Apesar do término do regime militar, a eleição direta permaneceu como
um resquício dos tempos autoritários e corre o risco de ser
oficializada no projeto de reforma universitária que está sendo
analisado no congresso. É bom lembrar que a eleição direta é comum nas
universidades
federais, onde é utilizada regularmente, e que a USP é possívelmente
a única universidade pública que não a adota. Agora, depois de quase um quarto
de século de prática, convém fazer um balanço de seus resultados.
O motivo que originou a eleição direta já não existe mais. Hoje em
dia, procura-se justificar sua necessidade clamando-se por uma maior
participação da comunidade na escolha dos dirigentes, com a finalidade
de torna-la mais democrática e, portanto, de melhor qualidade. Se
assim fosse, as universidades federais, depois de quase 25 anos de eleições
diretas, deveriam ter suplantado a USP, porém isto
não aconteceu (de fato, a qualidade das federais aumentou muito e isso
ocorreu apesar das eleições diretas). Poder-se-ia argumentar que as
universidades federais não alcançaram a USP porque não
possuem os mesmos recursos financeiros que USP dispõem.
Porém, é bom lembrar que a UNICAMP,
que dispõem proporcionalmente dos mesmos recursos da
USP, e que pratica a eleição direta de longa data, não consta da lista das
melhores universidades elaborada pelo Times Higher Education
Supplement . A USP é a única universidade brasileira mencionada
pelo Times. Além disso, se a eleição direta surtisse algum
efeito positivo, porque, então, outras universidades não a adotaram?
Será que a Universidade de Oxford, com mais de 900
anos de idade, ou a Universidade de Harvard, fundada em 1636, ainda não
tiveram tempo para descobrir que eleições diretas as tornariam
melhores e mais competentes? Não são apenas os países capitalistas que
não utilizam eleições diretas. A antiga URSS
possuia universidades de primeira linha e a
China possui seis universidades que estão na frente do Brasil no
ranking do Times. Nenhuma utiliza ou utilizou eleição direta. Afinal,
eles são comunistas mas não são idiotas.
Como vimos, não existe nenhuma relação entre eleições diretas e
melhoria da universidade. Porque, então, esse assunto é tão discutido no
Brasil e apenas no Brasil? A quem interessa tudo isso? Se
observarmos atentamente, a eleição direta têm servido apenas para
promover as pessoas que a defendem. Elas conquistaram um
palanque para professar suas idéias e é necessário discernir aqueles
que querem engrandecer a universidade daqueles que a querem reduzi-la
à uma pequenez típica do terceiro mundo.
Porisso, deve-se dar máxima atenção à atuação profissional quer
daqueles que defendem, quer daqueles que são contra as
diretas. Isso é
fácil para os professores pois estes conhecem-se mutuamente. Já
para os estudantes e funcionários, é um pouco mais complicado. Na sala de
aula é fácil ter uma idéia da competência do
professor enquanto professor. Já a competência profissional é
muito mais difícil de avaliar. Com essa finalidade, aqui vão algumas
dicas para os estudantes. Vá até a homepage dos departamentos e
verifique se o professor é livre-docente ou titular. É
necessário escrever uma tese original para a livre-docência e
submeter-se à uma banca para tornar-se titular. São tarefas árduas que nem
todos conseguem encarar. Outro indicador importante é saber se o
professor possui bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq, um
reconhecimento da comunidade ao trabalho por ele desenvolvido. Essa
informação está disponível no próprio
CNPq. O nível mais alto é 1A e o mais baixo é o 2, e não possuir uma
bolsa é bastante revelador. Voce pode
aproveitar para olhar o currículo Lattes de seu professor e ver quantos
alunos ele orientou e orienta, quantos artigos publicou, se continua
ativo, enfim, ter uma idéia de sua carreira. Isto também pode ser feito no
CNPq. Outra informação importante é a participação em
Projetos Temáticos da Fapesp, Pronex, Institutos do Milênio, e outros
projetos que envolvam uma avaliação externa. Essas informações são
mais difíceis de serem obtidas mas frequentemente constam do currículo
Lattes. Desconfie sempre daqueles que criticam ou mostram-se avesso às
avaliações, pois estes são os verdadeiros inimigos de uma universidade
competente.
Finalmente, é bom saber o que e onde seu professor
publica. Para isso basta consultar o
Web of Science e procurar em "General Search". Voce vai descobrir
onde seu professor publica. As melhores revistas são aquelas que tem
um alto fator de impacto. Como um guia, a média do fator de
impacto dos Physical Review, de A até E, é 3.5. O fator de impacto pode ser
encontrado
aqui.
A única justificativa para eleições diretas é sua capacidade de
contribuir para a edificação de uma universidade de
qualidade, mais competitiva e de inserção internacional, e a
experiência brasileira mostra que isso jamais ocorreu.
Qualquer outra justificativa serve apenas para alavancar motivos
mesquinhos que visam o engrandecimento pessoal e não o da
universidade. Procure
informações sobre quem apoia e quem não apoia as eleições diretas. E
pense bem antes dar seu suporte à qualquer movimento pelas diretas na USP pois
seus filhos correm o risco de vir a cursar uma universidade de
qualidade inferior àquela que voce frequenta atualmente.
21/11/2005
Veja uma foto do asteróide
Itokawa tirada pela sonda Hayabusa. Nova tentativa de aterrisagem
será tentada em alguns dias.
20/11/2005
Hayabusa não consegue aterrisar no asteróide.
O ministro da educação promete tornar o Enade um dos instrumentos
de avaliação institucional dos cursos superiores. A proposta soa
correta em teoria. Resta saber se isso ocorrerá na prática. Deve-se
sempre lembrar do grande poder que o ensino privado exerce no
MEC. Veja o
artigo do ministro.
Voce gostaria de fazer um curso na USP sem ter que prestar o
vestibular? Então entre no MST! Após sua filiação, basta escrever um
memorial e fazer uma
prova oral para depois de quatro anos ganhar um diploma de
licenciatura plena com autorização para atuar nas áreas de magistério
do ensino médio, da educação infantil e do ensino fundamental.
Veja a reportagem sobre a proposta
desse curso
aqui. Veja também os comentários de Paulo Renato Souza, ex-reitor
da Unicamp e ex-ministro da educação de FHC. O que pensa a futura
reitora da USP? Será este o primeiro sinal de que a USP irá optar por
avaliações que ignoram completamente o mérito e a qualidade?
19/11/2005
Os raios cósmicos que permeiam o universo devem perder parte de sua
energia devido às colisões com a radiação cósmica de fundo. Deve,
portanto, haver uma queda brusca no número de raios cósmicos de
altíssimas energias, e isso é conhecido como o limite GZK (GZK
são as iniciais dos proponentes originais dessa idéia). As observações
de tais raios cósmicos têm fornecido dados conflitantes; alguns
confirmando a existência do limite, outros negando. O Observatório
Pierre Auger, construído na Argentina, com a participação de
brasileiros, vai estudar os raios cósmicos e deve dar a palavra
definitiva sobre a existência do limite GZK. Recentemente houve uma
conferência para discutir os resultados obtidos até agora e uma
reportagem apareceu na Folha.
Hoje os japoneses vão tentar pousar a sonda Hayabusa num
asteróide para coleta de material. Uma foto do asteróide onde se vê a
sombra da sonda pode ser vista aqui.
A China está investindo este ano mais de 10 bilhões de dolares na
educação superior. Hoje, vinte por cento dos chineses tem curso
superior, e pretendem continuar a aumentar significativamente o número
chineses formados nas áreas de ciência e tecnologia. Eles pretendem
ter universidades do nível de Harvard daqui há 10 anos e para isso
contratam chineses famosos formados no exterior. Leia a reportagem
completa
aqui. A China passou definitivamente o Brasil para trás.
18/11/2005
Beyond
Einstein: um show ao vivo pela internet em comemoração ao
Ano Internacional da
Física. Será transmitido pelo CERN no dia 1 de dezembro, com conexões
ao vivo com os principais laboratórios do mundo e a participação de
vários ganhadores do prêmio Nobel. Não perca!
11/11/2005
Os alunos do curso de Ciências Moleculares acabam de lançar a Revista Ciências
Moleculares. O primeiro número está muito bom.
DI na Pennsylvania. Uma notícia no
Cosmic Variance informa que em Dover, na Pennsylvania, a mesma
cidade em que os pais estão processando as escolas por ensinarem o
design inteligente como se fosse ciência, houve uma eleição para o
school board (um comitê de assessores para os encarregados da educação
na cidade). Todos os membros anteriores, que haviam votado à favor de
incluir o DI no currículo escolar, perderam a eleição! Um bom sinal,
pois indica que o resultado do julgamento a ser divulgado em
janeiro deverá ser contra o DI.
Será que perdemos o Higgs no LEP?
J. Distler comenta sobre um
trabalho de Dermisek e
Gunion , que explora o modêlo padrão supersimétrico NM (next to
minimal) no qual o Higgs teria uma massa de 105 GeV. Se isso for
verdade, os sinais encontrados no LEP logo antes de seu fechamento
seriam verdadeiros.
O lucro das universidades privadas. No dia 4/11 comentei um artigo
da Folha em que as universidades privadas reclamam que os alunos não
têm como pagar as mensalidades. Eis que aparece um artigo de Carolina
Mandl no Valor Econômico, Ensino
superior dá lucro e tem dívida baixa, onde aponta a alta
lucratividade das universidades particulares. Apenas um trecho do
texto: ""Esse é um dos setores mais lucrativos da economia brasileira",
afirma Ryon Braga, presidente da Hoper. Esse resultado, de acordo com
Braga, se deve ao investimento baixo (sala de aula, laboratórios e
professores) e às classes cheias, que diluem os custos já pequenos. O
maior gasto de uma instituição de ensino superior é com
professores, que absorvem cerca de 55% das despesas totais." É preciso
dizer mais? Mais adiante, nesse mesmo artigo, voce vai encontrar as
inúmeras bobagens que os defensores do ensino privado tentam
disseminar.
09/11/2005
Novo blog de física em português. Os alunos do IFT (Instituto de
Física Teórica) lançaram o
Blog do IFT, com muita coisa interessante.
ID vence no Board of Education de Kansas. Por 6 à 4, o equivalente
da secretaria da educação de Kansas decretou que existem dúvidas sobre
a teoria da evolução de Darwin e que explicações divinas para a
evolução são aceitáveis. Será o início do declínio do poderio
americano? Enquanto isso, o
julgamento na Pennsylvania sobre o ID continua. A decisão do juíz
deve ser anunciada no início de janeiro. Quando essa moda vai pegar no
Brasil?
08/11/2005
Krauss is back! Depois da entrevista de Lawrence Krauss, noticiada
abaixo em 29/10/2005, aparece hoje um artigo no New York Times com o
título Science
and Religion Share Fascination in Things Unseen, sobre o ID e
teoria de cordas. As reações foram imediatas. Veja
L. Motl e
M. Trodden e os comentários de Lee Smolin, Sean Carroll e P. Woit
no último blog.
Ainda sobre o princípio antrópico e o landscape na teoria de
cordas. Steven Weinberg colocou na rede um paper bastante polêmico Living in the
Multiverse. Ele argumenta que devemos abrir mão de calcular os
parâmetros do modelo padrão na teoria de cordas em analogia com nossa
impossibilidade de calcular o tamanho relativo das órbitas
planetárias. E por aí justifica o landscape. Muito conformismo...
06/11/2005
Eleições e qualidade na USP. Enquanto os candidatos a reitor da
USP debatem e discutem a inserção da USP no panorama
internacional, o Higher Education Supplement do Times publica o
ranking das 200 melhores
universidades do mundo . Poderíamos discutir se os critérios
utilizados para classificar as universidades são apropriados ou não,
mas de qualquer forma, a listagem fornece uma visão bastante
abrangente e reveladora. Como sempre, as universidades americanas ficaram na
frente, Harvard e MIT nos primeiros lugares, seguido das
inglesas Cambridge e Oxford. Das universidades brasileiras, apenas a
USP aparece, e na 196a. posição, situação bastante preocupante. Só outra
universidade da América Latina foi classificada, a UNAM, do México, em
95o. lugar, bem acima da USP. A China aparece 6 vezes, a primeira na
15a. colocação! E é claro, outros países em desenvolvimento como
Índia, Coréia e Singapura aparecem antes da USP. Há, portanto, muito
trabalho para o próximo reitor(a) se sua preocupação for aumentar a
projeção internacional da USP.
Num tom mais otimista, a Folha de São Paulo
publicou em seu caderno Mais deste domingo o artigo
Prata da casa onde apresenta cinco jovens cientistas brasileiros
com destaque internacional. São pesquisadores com menos de 35 anos e que
tiveram seus trabalhos publicados em revistas renomadas como Science ou
Nature. Alguns trabalham aqui e outros no exterior mas todos
graduaram-se no Brasil. Chama a atenção o fato de que quatro deles concluiram o
doutorado no exterior e apenas um no Brasil, na USP, refletindo
claramente o ranking do Times.
Convém observar que a USP não realiza
eleições diretas para reitor nem para outros cargos administrativos, assim
como as demais 199 universidades listadas pelo Times. Coincidência?
Óbvio que não. Isto é uma clara
demonstração que ela está no caminho correto, caminho este que as outras
universidades públicas brasileiras deveriam seguir para aumentar sua
participação no
cenário internacional. Cabe agora ao futuro reitor(a) saber manter o
rumo da USP e aos proponentes da reforma universitária aproveitar
essa experiência, principalmente no que concerne à eleição dos
dirigentes universitários.
Qualidade da educação e desenvolvimento. Mencionei acima o
ranking das Universidades apresentado pelo Times e a posição do Brasil entre
as 200 melhores universidades do mundo. Qual a causa deste atraso?
Porque todos os govêrnos priorizam a educação apenas no
discurso e nada fazem na prática? Alguns artigos apareceram comentando
o ranking do Times: no Estadão
e na
Folha . E indo na contra-mão da qualidade do ensino, o MEC acabou com o
provão e o substituiu pelo ENADE, aplicado neste final de semana. Bem ou mal, o provão era uma forma de avaliar
e diagnosticar a qualidade das universidades brasileiras, públicas e
privadas. Mas a turma dos medíocres, aliados às universidades
privadas, venceram novamente, e o ENADE será utilizado apenas para
diagnosticar o ensino superior. Não haverá mais classificação das
universidades. Uma discussão sobre quem ganha com
isso foi feita por Hélio
Gaspari . Num outro artigo,
Gilberto Dimenstein analisa a relação dos cursos mais procurados
da Fuvest. A engenharia e as licenciaturas estão em baixa enquanto os cursos
da área de comunicação estão em alta. Que país pode almejar um
desenvolvimento tecnológico sem engenheiros, sem
professores e sem cientistas?
04/11/2005
Universidades privadas dão um grito de alerta sobre a educação! E
adivinhem qual o principal problema na visão deles? Os
estudantes não podem pagar as mensalidades! Incrível, mas isso foi
publicado na
Folha de hoje . Argumentam que a mensalidade média é de R$ 425 e
que os alunos da classe C e D só aguentam o pagamento de R$ 180. Os
alunos das classes A e B não contam pois estariam todos em
universidades públicas! Também
informam que um aluno de universidade pública custa $11 mil por ano, o
dobro da universidade privada; se isso for verdade, então educação de
qualidade não sai tão caro quanto falam por aí. Dizem, também, que a
universidade deveria ser dissociada da pesquisa (entenda-se: não seria
necessário a contratação de doutores) e que o ensino à
distância deveria ser incentivado (entenda-se: contratação de menos
professores). Deixam bem claro que a qualidade não importa, o que
os incomoda é o fluxo de caixa!
O primeiro paper de Einstein nos archives! Sobre
supercondutividade: physics/0510251
.
02/11/2005
Um artigo bastante interessante de S. Weinberg sobre os "erros"
de Einstein apareceu no Physics
Today de Novembro. Os "erros" são: a constante cosmológica, a
interpretação da mecânica quântica e a teoria unificada.
31/10/2005
Veja o buraco
negro no centro de nossa galáxia . Um filme foi
composto com as fotos de várias estrelas no centro da Via Láctea que
orbitam ao redor de uma estrela invisível.
Uma introdução histórica sobre a teoria dos nós, sua
motivação física, e os vários físicos que contribuiram, pode ser
encontrada
aqui.
29/10/2005
Lawrence Krauss, autor do livro
Hiding in the Mirror (sobre dimensões extras e cordas), deu uma
entrevista
em que teve que explicar porque a teoria de cordas é
ciência e o design inteligente não é. Alguns blogs comentaram a
resposta e discussões interessantes aconteceram. Veja
aqui e
aqui .
O design inteligente em Kansas. Assim como outros estados, Kansas
está modificando o currículo escolar para ensinar aos alunos a noção
falsa de que a teoria da evolução de Darwin é algo controverso. Além
disso, tentam modificar a definição de ciência de forma a não ficar restrita a
fenômenos naturais. Isso abre a porta para que a superstição seja
ensinada em pé de igualdade com a ciência. A National Academy of
Sciences e a National Science Teachers Association estão agora
negando ao estado o uso de seu material educacional . Com isso os
alunos de Kansas ficarão em desvantagem com relação aos alunos de
outros estados pois esse material, que agora não pode mais ser usado,
serve de standard para a confecção de testes de avaliação. Entretanto,
não se espera que o estado volte atrás.
28/10/2005
Como
manter os quatro pés de uma mesa em contacto com o chão . Um físico de
partículas demonstra matematicamente que a solução mais simples é
rodar a mesa até encontar o equilibrio!
Ultrasom com velocidade superior à velocidade da luz? Isso é
possível desde que estejamos nos referindo à velocidade de grupo do
som e não à velocidade de fase. Dessa forma a causalidade é
preservada. Há uma proposta para criar ultrasom superluminal
num meio constituído de água e esferas de plástico.
24/10/2005
Eleições para reitor na USP. Nada mais deprimente. E-mails e mais
e-mails, cartas e mais cartas dos candidatos pedindo votos. Muitas promessas
e planos de ação. Sabe-se lá quais são os compromissos desses
candidatos. Felizmente a USP é tão grande que o reitor não faz muita
diferença. Muitas vezes ele passa sua gestão inteira completamente
despercebido. Isso não significa que não possa causar mal. Basta ter
um reitor descompromissado com a qualidade para que
entremos em declínio. Esse é o grande perigo para a USP.
Por enquanto,
ela é a única universidade pública brasileira em que não há eleições
diretas para reitor. Exatamente como nas melhores universidades do
mundo. Entretanto, a associação dos
docentes impetrou um mandato de segurança para impedir a eleição nos
moldes atuais. Querem eleições diretas pois é a única maneira de
pessoas sem qualificação acadêmica poderem almejar o posto de
reitor. O popularismo e o movimento político-sindical vão ganhar peso
e a academia será esmagada bem ao gosto dos países
subdesenvolvidos. Até quando a USP resistirá?
21/10/2005
Matéria escura no Economist. Nem bem acabei de mencionar a
possibilidade de que os efeitos da matéria escura e da energia escura
pudessem ser gerados por efeitos não-lineares da relatividade geral,
eis que o Economist publica um artigo
Much ado about nothing sobre a energia escura. Tratam do trabalho
astro-ph/0507619
onde efeitos não-lineares da relatividade geral são incluídos nas
curvas de rotação das galáxias.
20/10/2005
Julgamento do DI iniciado. Um grupo de pais de
alunos de uma escola da
Pennsylvania entrou na justiça contra a escola acusando-a de
ensinarem o design inteligente com uma teoria científica. O advogado
da escola trouxe um bioquímico para defender o DI. Ele concorda que o
DI não preenche as condições necessárias para ser uma teoria
científica conforme a definição adotada pela National Academy of Sciences, e
diz como uma teoria científica deveria ser definida. De acordo com sua
definição até a astrologia poderia ser considerada como científica!
Um relato pode ser encontrado aqui . O
julgamento continua em novembro.
18/10/2005
Algo que sempre vem à mente quando se discute matéria escura e
energia escura é se realmente precisamos postular a existência desses
objetos exóticos. Afinal de contas, usamos as soluções mais simples da
equação de Einstein para descrever o movimento das estrelas numa
galáxia e a expansão do Universo. Talvez essas não seriam as soluções
corretas e possivelmente efeitos não-lineares pudessem explicar os
fenomenos que levaram a proposição da matéria escura e da energia
escura. Há uma discussão muito boa sobre esse assunto feita por Sean
Carroll em
Escape from the clutches of the dark sector? onde comenta as
propostas que apareceram recentemente nessa direção.
17/10/2005
Educar é simples, educar com qualidade é outra história.
É bastante positivo que as diferentes visões sobre a educação no
IFUSP sejam apresentadas e contrapostas. Uma delas,
Aula
bombom e o prêmio Nobel , apareceu no Bifusp No.29 deste ano e uma
outra,
Aula bombom e o prêmio Nobel: Educar é simples? , no Bifusp No.31.
Bastante revelador este último. Colegas ficaram incomodados com
o fato de que no primeiro texto eu tenha abordado apenas um aspecto do
problema educacional, o mais importante deles, o da qualidade.
Apesar de meus comentários terem sido escritos de
forma clara e direta eles procuraram interpretações ocultas e
inexistentes e não compreenderam o cerne do exposto. A mensagem é
simples: se quizer tornar-se um
físico bem qualificado trabalhe muito, dentro e fora da sala de aula;
valorize os professores que instigam sua curiosidade, que exigem que voce
pense e que o forçam a trabalhar. Tornar-se um bom físico (de
fato, um bom profissional em qualquer área) é árduo, muito árduo.
O curioso é que as onze lições do meu texto foram reescritas pelos
colegas
de maneira suave e amena, como se estivessemos vivendo num mundo
ideal e imaginário. Isto é simplesmente a confirmação do que escrevi:
os estudantes não são preparados para a vida real. Afinal de contas,
voce prefere um professor que afirme: "A vida não é fácil, acostume-se com
isso", ou um educador que professe: "Viver é resolver
problemas. Vamos juntos aprender a enfrentá-los"? Voce acha que tal
educador estará junto de voce, fora da escola, para enfrentar os seus
problemas?
Além disso, voce não prefere um professor competente, que saiba de
antemão as dificuldades a serem encontradas, a um
educador que vai aprender a resolver os problemas junto com voce?
Os colegas não só não captaram a essência do meu texto como
demonstraram que meus comentários estão corretíssimos. Para finalizar,
é bom lembrar as palavras de Einstein, "a tarefa essencial
do professor é despertar a alegria de trabalhar e de conhecer", e
seguir o conselho de Paulo Freire, "deve-se dizer não àquela educação que
domestica e acomoda".
E garanto, não há mensagens ocultas neste texto!
16/10/2005
Robert B. Laughlin, prêmio Nobel de física de 1998, é bastante
conhecido pelos seus ataques aos físicos de partículas, em particular
aos que trabalham em teoria de cordas. Ele não acredita na física
reducionista e recentemente publicou um livro
A Different Universe: Reinventing Physics from the Bottom Down
sobre o assunto. Leia a crítica feita por L. Motl, que trabalha em
cordas, no Amazon.com:
Shallow ideas & deep misunderstandings. Leia logo antes que seja
removida. A Amazon.com frequentemente remove críticas que não recomendam
a compra do livro.
O índice h chega ao grande público. A forma usual de avaliar a produção
científica de um cientista é contar o número de trabalhos
do qual participou e contar o número de citações dos seus trabalhos.
Entretanto, quando se comparam cientistas de áreas
diferentes ou de idades diferentes, esses números podem não ser
significativos. Por exemplo, espera-se que um cientista mais velho tenha mais
trabalhos que um mais novo.
Ou que uma área que tenha mais pessoas trabalhando produza
naturalmente um maior número de citações para os cientistas da
área. Em algumas situações pode-se ter apenas um trabalho com
muitas citações distorcendo a contagem de citações. Para sanar alguns
desses problemas J. E. Hirsch propos em physics/0508025 um
outro indicador para avaliar a produção científica,
o índice h: o número de trabalhos com mais de h citações. Por exemplo,
na física, E. Witten tem o maior índice h, h = 110, isto é, tem 110
trabalhos com pelo menos 110
citações cada. Uau! De fato, isto permite comparar cientistas da mesma área
e com idades parecidas. Não mais que isso. Além disso, deve-se tomar
cuidado com trabalhos que envolvem muitos cientistas, como nos grandes
grupos experimentais. O índice h, nesse caso, é o índice do grupo e não
de um pesquisador individual. O índice h já caiu na boca do
povo. Marcelo Leite, no caderno Mais
da Folha deste domingo, escreve sobre o
Nobel e o índice h . O Spires também já
adotou o índice h para sua base de dados. Para descobrir seu índice h
no Spires
escolha o formato Cites Summary; ele aparece na parte inferior dos
resultados. Entretanto, o "valor oficial" de h deve ser obtido no Web
of Science. Após obter a relação de seus trabalhos publicados
voce deve pedir para que eles sejam ordenados por Times Cited. Depois
é só contar para descobrir seu h.
14/10/2005
Hoje apareceu na rede um artigo de A. Zee physics/0510102
que vai gerar muita polêmica. Ele mostra como poderíamos encontrar uma
mensagem enviada pelo Criador a todos os habitantes do Universo!!!. Essa
mensagem estaria codificada na radiação cósmica de fundo! O paper está
muito bem escrito, é muito engraçado e de fácil leitura. Porém, acho
que é um prato
cheio para os criacionistas. Como todos sabem, há uma forte onda nos
EUA para que o criacionismo seja ensinado nas escolas como algo que
tem uma base científica comprovada. O que fazem, de fato, é trocar a
palavra Deus por Inteligent
Design, de forma a esconder o carater religioso da proposta. Trata-se,
na verdade, de uma tentativa da extrema direita
evangélica, com forte apoio de Bush, para implementar o ensino
religioso obrigatório nas escolas.
Existe até uma fundação que financia pesquisas (pseudo) científicas
que defendem o design
inteligente, o Discovery
Institute . Alguns cientistas famosos que aceitaram doações desse
instituto foram fortemente criticados pelos colegas. Poderíamos pensar
que se trata de um problema que não nos afeta. Mas temos que nos
lembrar que há pouco tempo a governadora do Rio, que é evangélica,
tentou implementar o
ensino religioso obrigatório nas escolas estaduais, defendendo o
criacionismo. Se a moda pega, aí é que o Brasil não sai mais do clube
dos subdesenvolvidos. Um artigo interessante sobre o design
inteligente apareceu recentemente no
New Scientist .
13/10/2005
Alguns meses atrás H. Nicolai num trabalho de
revisão muito
interessante sobre loop quantum gravity hep-th/0501114 aponta
para um problema que parece não ser muito conhecido. Sabe-se bem
que a quantização
perturbativa da relatividade geral produz um número infinito de tipos de
divergências ultravioletas. É necessário introduzir um contra-termo para cada
tipo de divergência e a parte finita desses contra-termos deve ser
fixado experimentalmente. Isso significa que necessitamos de um número
infinito de dados experimentais para determinar a teoria quântica,
tornando-se impossível fazer qualquer previsão. Esse é o problema da
renormalização da relatividade geral. O que é menos conhecido é que em
loop quantum gravity há um
problema parecido quando as holonomias são regularizadas. É necessario
escolher uma representação unitária de SU(2) e há um número infinito
delas que são caracterizadas por um inteiro m. O pessoal
da área prefere chamar de ambiguidade-m. Note que não se trata de um
problema no ultravioleta. Mas no final, tem as mesmas consequências,
pois seriam necessárias infinitas experiências para fixar essa
ambiguidade. Recentemente apareceu um trabalho de A. Perez gr-qc/0509118 que
discute esse problema. Ele faz uma discussão bastante detalhada e diz
que um problema análogo ocorre quando se considera teorias de gauge
não-abelianas na rede. Ele estuda em detalhe o caso em 2+1 dimensões
mas no final faz uma escolha física para m. O caso em 3+1 dimensões
não é conclusivo devido ao problema na definição do produto
interno. A impressão que fica é que loop quantum gravity sofre de
um mal análogo ao da relatividade geral.
Mais sobre Loops 05
aqui . Veja também os vários comentários, inclusive os de Lee
Smolin.
12/10/2005
Ontem foi ao ar pela televisão o filme Einstein's Big Idea , um
documentário romanceado sobre E=mc². Veja o trailer, parece ser muito
bom. Há muitos comentários sobre o filme de duas horas, basta procurar no
Google.
S. Hawking lançou seu novo livro A Briefer History of Time . Aparentemente traz muito mais
discussões sobre teoria de cordas e teoria M do que o livro
anterior. Uma entrevista para promover o livro pode ser lida
aqui.
11/10/2005
A conferência Loops 05
sobre loop quantum gravity está acontecendo em Potsdam na
Alemanhã. R. Helling está ao vivo em seu blog enviando informações: dia 10
e
dia 11 .
10/10/2005
Escute o próprio Einstein explicando E=mc² aqui .
Existem vários textos de física muito bons disponíveis na
rêde. I. Bars tem um de Mecânica
Quântica . Na semana passada, L. Alvarez-Gaumé colocou um de Teoria Quântica de Campos
. G. t'Hooft tem vários textos disponíveis: Teoria Quântica de
Campos , Relatividade
Geral , e Teoria de
Cordas .
Voce sabe distinguir um cientista sério de um picareta?
G. t'Hooft, que havia lançado uma página dando dicas de
Como ser um bom
físico teórico , agora inaugura uma nova página mostrando
Como
ser um físico teórico ruím . Dê uma olhada e veja se
voce reconhece alguém com as características que ele descreve.
09/10/2005
Porque vivemos em 4 dimensões? Karchal and Randall mostram em
hep-th/0506053 que
num universo em 10 dimensões, o processo de aniquilação de branas e
anti-branas diferencia diferentes tipos de branas. As 3-branas e as
7-branas não se aniquilam tão rápido quanto as demais. Isso pode ser
um passo importante em explicar porque vivemos em 4 dimensões. Isso
foi notícia no
Economist desta semana!
06/10/2005
Uma nova revista de física acaba de ser lançada, a Nature Physics , um
filhote da renomada Nature. Na secção News and Views traz uma
reportagem sobre
dimensões extras e partículas elementares.
04/10/2005
O prêmio
Nobel de Física de 2005 foi para a área de óptica
quântica. Mais informações aqui.
LIGO, o detector de ondas gravitacionais que usa lasers, ainda
não achou nada,
desta vez após funcionar 385 horas.
03/10/2005
Brian Greene escreveu um bom
artigo sobre E=mc² no New York Times.
O New York Review of Books publicou um texto de Freeman Dyson
sobre Feynman. Vale a pena ler.
Z. Bern é conhecido pelos seus cálculos de amplitudes em teorias
de gauge usando resultados obtidos com o cálculo de amplitudes em
teoria de cordas. Ele deu um seminário
muito bom em Santa Bárbara onde
enfatiza as semelhanças entre a teoria de gauge com N=4 supersimetrias
e a teoria de supergravidade com N=8. A teoria com N=4 é finita no
ultra-violeta. Por outro lado, o cálculo de loops em teorias de
supergravidade são
muito mais difíceis. Sabe-se que a supergravidade com N=8 tem um
contra-termo supersimétrico ao nível de 3 loops mas ninguém sabe se
ele realmente existe. Para isso, é necessário um cálculo explicito da
amplitude. Bern afirma que a estrutura de twistors
apontada por Witten
nas teorias de gauge supersimétricas também estaria presente nas teorias
de supergravidade. Isso significa que a supergravidade com N=8
também seria finita! Fantástico se for verdade.
30/09/2005
Google print e teoria de cordas. Google print é a nova máquina de
busca da Google. Ela faz busca de palavras em livros e quando possível
mostra as páginas dos livros encontrados (para ver as páginas é necessário ter
uma conta no Gmail, que é de graça). Uma pesquisa sobre livros de
teoria
de cordas retorna 175 livros, entre eles o Polchinski,
Zwiebach, Siegel e GSW. A maioria deles tem páginas que podem ser
acessadas pelo Google.
29/09/2005
Voce pode encontrar uma cópia do artigo em que Einstein descobre
E=mc²
aqui.
Landscape em teoria de cordas é um assunto extremante
controverso. Usa-se o princípio antrópico para se tentar encontrar vácuos
da teoria de cordas que seriam universos em que a vida fosse
possível. Dessa forma, encontra-se um número extraordinariamente grande
de soluções o que leva algumas pessoas a afirmarem que esse tipo de
raciocínio não tem poder preditivo e deve ser descartado. Na
conferência de cordas de 2005, em Toronto, foi um dos assuntos que
mais causou polêmica. Hoje, C. Vafa posta um artigo hep-th/0509212 no
qual tenta obter limites sobre o rank dos grupos de gauge no
landscape. Nem bem o artigo veio à luz e já há comentários fervorosos aqui e
aqui
e possívelmente outros aparecerão. E mais um comentário
aqui .
27/09/2005
O Scientic American publica um artigo com a história do
modelo de Randall-Sundrum , no qual nosso universo
quadri-dimensional é uma brana imersa em 10 dimensões, explicando
porque a força gravitacional é tão fraca.
Aula bombom e o prêmio Nobel. A Folha publicou no caderno
Sinapse de hoje vários artigos sobre uma crise anunciada na educação: a
falta de professores qualificados. Um dos artigos, entitulado
"Aula Bombom" , chama a atenção. Um ex-professor de matemática explica
porque abandonou a profissão: "propor pesquisas, leituras e desafios,
fora ou dentro da sala de aula, tornou-se heresia. O aluno deve entrar
e sair sabendo tudo o que foi dito, o que nos leva a falar pouco e do
jeito mais simples e a evitar a necessidade de maturação e reflexão."
Mais adiante, ele acrescenta: "propor reflexão, labor, leitura, nem
pensar. Aula tem de ser bombom: você abre, dá duas mordidas e fim. O
professor cumpre sua "missão" e o aluno sai sabendo. Propunha que
discutissem temas, lessem textos em sala e fora dela. Isso foi
considerado "não explicar a matéria". Sugerir que pensassem na
resposta ou que a procurassem nas anotações foi interpretado como "se
negar a responder as dúvidas do aluno"."
Essa é a nossa realidade. Educadores convenceram grande parte das
escolas, pais e alunos
de que isso é formação de qualidade. Felizmente, nem todos
compartilham dessa opinião. Charles J. Sykes, em seu livro "Dumbing
Down Our Kids: Why American Children Feel Good about Themselves, but
Can't Read, Write, or Add" (St. Martin's Press, 1995) lista onze
lições que as escolas deveriam ensinar mas não o fazem:
1) A vida não é fácil, acostume-se com isso.
2) O mundo não está preocupado com sua
auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil antes
de voce sentir-se bem consigo próprio.
3) Você não ganhará $40.000
por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma
empresa com carro e telefone à disposição, antes que você consiga
comprar seu próprio carro e telefone.
4) Se você acha que seu professor é duro espere até ter um chefe.
5) Vender hamburguers não é indigno. Seus avós têm uma palavra
diferente para isso: eles chamam de oportunidade.
6) Se você fracassar não culpe seus pais e não fique
lamentando seus erros, aprenda com eles.
7) Antes de você nascer seus
pais não eram tão chatos como agora. Eles só ficaram assim por pagarem
suas contas, lavarem suas roupas e ouvirem você dizer o quanto voce é legal.
Portanto, antes de salvar as florestas tropicais dos parasitas que
apareceram na
geração de seus pais, tente limpar seu próprio quarto.
8) Sua escola
pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a
vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem
quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com
absolutamente nada da vida real.
9) A vida não é dividida em
semestres. Os verões não são sempre livres e poucos empregadores estão
interessados em ajuda-lo a se encontrar. Voce terá que fazer isso
sózinho.
10) A televisão não é vida real. Na vida real, as pessoas têm que
deixar o barzinho e ir trabalhar.
11) Seja legal com os CDFs. Há uma
grande chance de você vir a trabalhar para um deles.
E nós, o que
ensinamos aos nossos alunos? Como estamos preparando-os para vida após
a formatura? G. t'Hooft, prêmio Nobel de Física de 1999, traz em sua
homepage uma série de recomendações para
estudantes tornarem-se físicos de primeira categoria.
Além de insistir no estudo detalhado de assuntos básicos de física e
matemática e na resolução de exercícios de todas as maneiras possíveis,
que vale também para os alunos de licenciatura, ele é categórico sobre um
ponto: evitem as aulas bomboms!
26/09/2005
Dirac era um geometra? Era o que ele se considerava! Veja uma
discussão sobre o assunto na
Nature e comentários adicionais aqui
.
Voce quer ganhar um premio Nobel em física teórica? A receita
está
aqui. Ela foi elaborada por G. t'Hooft, ganhador do premio Nobel
de 1999. Se voce pretende fazer o curso de física ou já está fazendo,
vale a pena dar uma olhada. Se voce está na pós-graduação de uma
olhada também. Há muitas dicas importantes.
Aparentemente o filme
{Proof} , que conta a história da filha de um matemático, consegue
retratar os cientistas como seres humanos normais. Leia alguns
comentários.
25/09/2005
Recursos públicos para a educação. O governo FHC sempre vendeu a
imagem de que se aplicava demais no ensino superior em
detrimento do ensino fundamental. Ao final de seu governo, com o
custeio das universidades federais reduzido a mais da metade e com o
qudro de professores universitários reduzido, não se
constatou melhoras significativas no ensino público fundamental nem no
médio. Como sempre, retirar recursos de uma área não garante
que será utilizado em outras áreas mais carentes. O governo Lula parece
estar muito mais ciente desse problema. O artigo do
ministro da educação , publicado na Folha demonstra uma visão
surpreendemente clara desse e de outras dicotomias criadas
anteriormente. Passos iniciais foram dados para sanar esses
problemas. Resta saber se terão continuidade.
Novas apostas para o Nobel de Física. Em teoria de campos o mais
forte candidato é a descoberta das anomalias por Adler, Bell e Jackiw;
em partículas elementares, Glashow, Iliopoulos e Maiami pelo mecanismo
GIM ou Kobayashi e Maskawa pela mistura de quarks e violação CP; e em
cosmologia, Alan Guth pelo modêlo inflacionário. Em outras áreas também há
muitos candidatos fortes. Vamos aguardar.
23/09/2005
O Voyager 1 lançado em 1977 e já fora do sistema solar continua
enviando dados. Suas fotos magníficas e dados precisos mudaram nossa
compreensão do sistema solar no final da década de 70 e início de
80. Agora, quatro trabalhos publicados na
Science descrevem as últimas descobertas. A Voyager 2 deve
chegar à mesma região em alguns meses.
Esta semana faz exatamente 100 anos que a equação E=mc² foi
publicada. Veja o status atual da equação do ponto de vista da cosmologia
aqui (é necessário ser assinante da revista).
22/09/2005
Institutos do Milênio. Hoje foi divulgado a relação dos
projetos aprovados no Programa Institutos
do Milênio de 2005. Das 236 propostas apresentadas foram selecionados 34
projetos. O número de propostas é expressivo e demonstra a demanda de
vários grupos muito bem qualificados. Sem dúvida, a comissão encarregada
de julgar as propostas teve um enorme trabalho ao analisar todo esse
material.
Na área de ciências exatas e biológicas nota-se que a grande maioria dos
projetos aprovados premiam propostas em ciência aplicada. Na Física, em
particular, nenhum projeto em física básica foi contemplado e conheço
vários grupos que submeteram tais projetos. É claro que para termos
ciência aplicada de alta qualidade é necessário termos ciência básica de
alta qualidade. Acredito haver um consenso sobre isso, inclusive entre os
dirigentes das agências de fomento. Portanto, não compreende-se porque
projetos que tratam de ciência básica não foram aprovados, pois faz-se
ciência básica de muito boa qualidade no Brasil. Por outro lado, não há
nada de errado em se destinar recursos exclusivamente para as ciências
aplicadas. Porém, isso deve ficar explícito para que não se perca tempo e
energia na elaboração de projetos que estão condenados de antemão.
21/09/2005
O perigo de apenas contar citações. A ISI Web of Knowledge,
responsável pela contagem de citações de artigos publicados, está
fazendo uma previsão para o prêmio Nobel de 2005 baseado no número de
citações que os artigos recebem. O incrível é que o trio Green,
Schwarz e Witten, os autores mais citados em supercordas, estão na
lista de candidatos ao Nobel de física. Aparentemente seus trabalhos
estão entre os mais citados em toda a física. Entretanto, parece que a
ISI Web of Knowledge não sabe
distinguir entre os trabalhos que já receberam confirmação
experimental, e portanto são candidatos ao prêmio Nobel, daqueles que
ainda são especulativos e não possuem comprovação nos
laboratórios. Ainda há que se esperar que apareça alguma evidência das
supercordas. Aguarda-se com ansiedade o funcionamento do LHC para
2007.
Acidentalmente soube que a greve na USP terminou. Muito
peculiar, uma greve quase virtual. Haviam poucos sinais da greve. Na
Poli, onde dou aulas nas segundas e quartas, tudo estava
normal. Nenhum aluno inquiriu sobre a continuidade das aulas. No
Instituto de Física nenhum professor me disse que havia parado de dar
aulas. Os únicos
sinais da greve que eu vi foram a biblioteca fechada por alguns dias, o
bandejão fechado, obrigando alunos a gastarem mais com alimentação, e
o circular parado, também obrigando alunos a gastarem mais com
transporte, ou fazendo com que alunos que tenham carro oferecessem
carona (talvez o único aspecto positivo da greve). Durante dois dias
ouvi bumbos e cornetas de alguns alunos tentando interromper aulas em
andamento. Uma forma nada democrática e muito violenta de
convencimento. O motivo declarado para a greve foi o veto do
governador ao aumento de verbas para a educação pública estadual. Como qualquer
pessoa de bom senso também sou favorável ao aumento de verbas para a
educação num país onde o ensino recebe muito menos do que deveria
receber. Como qualquer pessoa de bom senso, sei que que uma greve para
forçar a derrubada do veto seria totalmente ineficaz. Uma paralização
das aulas no dia da votação na assembléia legislativa teria muito mais
força do que uma greve longa e desgastante. Isso explica a baixíssima
adesão à greve. E os promotores da greve? Não têm bom senso ou tinham
outros objetivos ao declarar a greve? Como sempre, a transparência
política é inexistente.
20/09/2005
Um trabalho de revisão bastante detalhado sobre a teoria M
apareceu hoje nos
archives . Vários cálculos explícitos envolvendo
spinores são discutidos. O trabalho original de Cremmer, Julia e
Scherk também é discutido em detalhe.
A transposição do Rio São Francisco, caso venha a acontecer,
custará uma enorme fortuna aos cofres do país e mihões de pessoas
serão afetadas. Todos esperam que a
decisão final seja tomada em bases estritamente técnicas, levando em
conta as vantagens e desvantagens para as populações afetadas e
analisando propostas alternativas com custo menor. Entretanto,
os debates existentes são extremamente superficiais, como o
promovido pelo
Tribunal de Contas da União ou o artigo recente publicado pela Folha
. Decisões extremamente importantes estão sendo tomadas com argumentos
puramente subjetivos e pessoais. Enquanto isso, nos EUA, há uma proposta de lei para restaurar a integridade científica das
pesquisas federais com a finalidade de evitar manipulação de dados e a
disseminação de informações falsas. Com isso procuram trazer o debate
sobre o aquecimento global para um nível mais elevado onde opiniões
pessoais e pressões políticas de governos e industrias não interfiram
com os aspectos técnicos. O mesmo deveria acontecer com o velho
Chico.
Em tempo: a Folha publicou hoje outro
artigo sobre o mesmo tema, desta vez tendo o ministro Ciro
Gomes como autor. Surpreendenmente números são apresentados! A
captação inicial será de 26 m³/s e deverá chegar a 127 m³/s. Isso
significa uma desvio de 3800 milhões m³/ano. O artigo diz que 12 milhões de
pessoas serão beneficiadas o que representa uma cota de água de 320
m³/ano por habitante. Ora, o próprio artigo cita dados da ONU
afirmando que a quantidade mínima de água é de 1500 m³/ano por
habitante! Isso significa que no máximo 2,5 milhões de habitantes
seriam beneficiados e não 15 milhões. E lembrem-se que o ministro é
formado em economia!
19/09/05
Um trabalho de revisão nos archives promete apresentar loop quantum gravity
de forma inteligível. A conferir. Outro artigo de revisão, sobre
string field theory, é curto demais. Talvez possa ser útil aos que já
dominam o assunto.
Tivemos um colóquio bastante didático sobre energia e matéria
escura em cosmologia. Os slides
podem ser vistos aqui .
A dificuldade do jornalismo científico: visto por um jornalista
inglês, B. Goldacre, do Guardian; por um jornalista brasileiro,
Marcelo Leite, da Folha e por uma física americana, Lisa Randall, de Harvard .
O International Linear
Collider (ILC) está sendo proposto como o
sucessor do Large Hadron
Collider (LHC) do CERN. Será composto por
dois aceleradores lineares de 20 Km cada, que colidirá elétrons e
pósitrons. Estão lançando um boletim semanal
que pode ser recebido por e-mail.
16/09/05
Quanta matemática um físico teórico precisa saber? Colóquio do
matemático David Morrison
Saiba porque Heisenberg não descobriu a equação de Schrödinger
15/09/05
Porque moramos num
universo tridimensional?
Neutrinos
primordiais poderiam testar a teoria de cordas e loop quantum gravity
Einstein versus The Physical Review
Newton e a alquimia