Nos últimos anos tenho me envolvido em projetos de grande escala em Cosmologia observacional. O principal objetivo é buscar por evidências da matéria escura e da energia escura.


Esses projetos, cujo principal objetivo é fazer levantamentos (surveys) dos objetos mais brilhantes do universo, tais como galáxias, quasares e supernovas, se utilizam de uma nova geração de telescópios e instrumentos astronômicos otimizados para o estudo da Cosmologia.


Os principais projetos com os quais estou envolvido são:


  1. 1.J-PAS (Javalambre Physics of the accelerating universe Astrophysical Survey). Esse instrumento inovador, que está sendo construído numa colaboração entre o Brasil e a Espanha, consiste de um telescópio de 2,5 m equipado com uma câmera de 1,2 Gpixels e grande campo de visão. O J-PAS vai observar mais de 8.000 graus quadrados do céu em 56 cores, efetivamente tirando um espectro de todos os objetos detectados. Mais informações no site do J-PAS.


  1. 2.PFS/SuMIRe. Esse instrumento é um espectrógrafo multi-objeto que se utiliza de fibras ópticas, e será montado no telescópio Subaru (que fica no Havaí, e tem um espelho de 8m). A equipe que está construindo esse instrumento inclui membros do Japão, dos E.U.A., da França e do Brasil. Veja o site do SuMIRe.


  1. 3.S-MAPS (Southern Massive Astrophysical Panchromatic Survey). Esse projeto, ainda em fase de estudo, é para um telescópio de 2,5 m que deverá ser construído no Chile e, assim como o J-PAS, também vai observar o céu em 56 cores. Além de observar uma parte do céu que é inacessível desde a Espanha (onde fica o telescópio do J-PAS), o grande atrativo do S-MAPS é que ele vai complementar as observações do LSST, que deverá ser o mais potente telescópio com foco em Cosmologia das próximas décadas. Mais informações no site do S-MAPS.


  1. 4.LSST (Large Synoptic Survey Telescope). Esse imenso e inovador telescópio deverá ter um impacto enorme na Cosmologia e na Astronomia como um todo. O espelho de 8m e o imenso campo de visão devem permitir que o LSST observe uma área de mais de 9,6 graus quadrados do céu em cada exposição. O LSST vai observar 2/3 do céu a cada 3 dias, o que lhe permitirá detectar tanto as menores variações nas luminosidades de asteróides, planetas e supernovas, quanto capturar as maiores explosões do universo em tempo real. Mais informações no site do LSST.

Surveys (levantamentos) astronômicos